domingo, 29 de outubro de 2023

O QUE FOI O HOLOCAUSTO?

 

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O que foi o Holocausto?

O Holocausto foi a perseguição sistemática e o assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazista alemão, seus aliados e colaboradores.1 O Museu Estadunidense Memorial do Holocausto define 1933-1945 como os anos do Holocausto.  A era do Holocausto começou em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler e o Partido Nazista chegaram ao poder na Alemanha, e terminou em maio de 1945, quando as Potências Aliadas derrotaram a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial. O Holocausto também é às vezes referido como “a Shoah”, palavra hebraica que significa “catástrofe”.

Quando chegaram ao poder na Alemanha, os nazistas não começaram a realizar assassinatos em massa de imediato. No entanto, rapidamente começaram a usar o governo para atacar e excluir os judeus da sociedade alemã. Dentre outras medidas antissemitas, o regime nazista alemão promulgou leis discriminatórias e realizou/apoiou atos de violência organizada contra os judeus alemães. A perseguição nazista aos judeus tornou-se cada vez mais radical entre os anos de 1933 e 1945. Essa radicalização culminou na elaboração de um plano ao qual os líderes nazistas se referiam como a “Solução Final da Questão Judaica”. A “Solução Final” foi um eufemismo para designar o assassinato em massa, organizado e sistemático, dos judeus europeus. O regime nazista alemão implementou este processo de genocídio entre os anos de 1941 e 1945.

Por Que os Nazistas Tinham como Alvo os Judeus?

Os nazistas tinham como alvo os judeus porque eram radicalmente antissemitas. Isto significa que eles tinham preconceito e ódio contra os judeus. Na verdade, o antissemitismo foi um princípio básico da sua ideologia, bem como a base de sua visão-de-mundo. Os nazistas acusaram falsamente os judeus de causar os problemas sociais, econômicos, políticos e culturais pelos quais passava a Alemanha na ocasião antecedenete à eclosão da Guerra. Em particular, eles os culparam pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Muitos alemães receberam bem estas declarações nazistas. A raiva pela derrota na Primeira Guerra Mundial e as sucessivas crises econômicas e políticas contribuíram para o aumento do antissemitismo na sociedade alemã. A instabilidade da Alemanha sob a República de Weimar (1918-1933), o medo do comunismo e os choques econômicos originários do impacto da Grande Depressão também tornaram muitos alemães mais receptivos às ideias nazistas, dentre elas o antissemitismo.

No entanto, não foram os nazistas que inventaram o antissemitismo. O antissemitismo é um preconceito antigo e generalizado que tem assumido muitas formas ao longo da história. Na Europa, ele remonta aos tempos antigos. Na Idade Média (500-1400), os preconceitos contra os judeus baseavam-se principalmente nas primeiras crenças e pensamentos cristãos, particularmente no mito de que os judeus foram responsáveis pela morte de Jesus. A suspeita e a discriminação enraizadas em preconceitos religiosos continuaram a existir no início da Europa moderna (1400-1800), e os líderes de grande parte da Europa cristã isolaram os judeus da maioria dos aspectos da vida econômica, social e política de seus domínios. Esta exclusão contribuiu para gerar o estereótipo do judeu como estrangeiro. À medida em que a Europa se tornou mais secular, muitos locais suspenderam a maioria das restrições legais contra os judeus, mas isso não significou o fim do antissemitismo. Além do antissemitismo religioso, outros tipos de antissemitismo se instalaram na Europa nos séculos 18 e 19. Essas novas formas incluíam o antissemitismo econômico, o nacionalista e o racial. No século 19, os antissemitas alegaram falsamente que os judeus eram responsáveis pelos muitos males sociais e políticos da sociedade industrial moderna. As teorias de então sobre raça, a eugenia e o Darwinismo Social justificavam tais ódios. O preconceito nazista contra os judeus uniu todos estes elementos, em especial o antissemitismo de cunho racial. O antissemitismo racial é a ideia discriminatória de que os judeus são uma raça em separado e inferior. O Partido Nazista promoveu uma forma particularmente virulenta de antissemitismo racial, sendo ela central para sua visão-de-mundo baseada em uma hierarquia racial, cuja crença era apoiada pelo Partido. Os nazistas acreditavam que o mundo estava dividido em diferentes raças e que algumas delas eram superiores às demais. Eles consideravam os alemães como membros da raça “ariana”, supostamente superior a todas as outras, e que os “arianos” estavam tolhidos por uma luta pela sobrevivência contra as raças inferiores. Além disso, os nazistas acreditavam que a chamada “raça judaica” era a mais baixa e perigosa de todas. De acordo com os nazistas, os judeus eram uma ameaça que precisava ser removida da sociedade alemã. Caso contrário, insistiam os nazistas, a “raça judaica” corromperia e destruiria permanentemente o povo alemão. A definição nazista, baseada na crença em raça, sobre quem era judeu, incluía muitas pessoas que se identificavam como cristãs ou que sequer praticavam o judaísmo.

Onde Ocorreu o Holocausto?

O Holocausto foi uma iniciativa nazista alemã que ocorreu em toda a área da Europa controlada pela Alemanha e pelos países do Eixo. Ela atingiu quase toda a população judaica da Europa, que em 1933 contava com 9 milhões de pessoas. O Holocausto começou na Alemanha após Adolf Hitler ter sido nomeado chanceler em janeiro de 1933. Quase que de imediato, o regime nazista alemão (que se autodenominou o “Terceiro Reich”) excluiu os judeus da vida econômica, política, social e cultural alemã. Ao longo da década de 1930, o regime pressionou cada vez mais os judeus a saírem da Alemanha.  Mas a perseguição nazista aos judeus espalhou-se para além do território alemã. Ao longo da década de 1930, a Alemanha nazista seguiu uma política externa agressiva, a qual culminou na eclosão da Segunda Guerra Mundial, que começou na Europa em 1939. A expansão territorial pré-Guerra, e também durante a Guerra, acabou por colocar vários milhões de judeus sob o controle do Estado alemão.  A expansão territorial da Alemanha nazista começou em 1938-1939. Nesse período, a Alemanha anexou a vizinha Áustria e a área dos Sudetos, e também ocupou as terras tchecas. Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha nazista iniciou a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) atacando a Polônia. Durante os dois anos seguintes, a Alemanha invadiu e ocupou grande parte da Europa, incluindo as partes ocidentais da União Soviética. A Alemanha nazista ampliou ainda mais seu controle militar ao formar alianças com os governos da Itália, Hungria, Romênia e Bulgária, e criando também Estados fantoches na Eslováquia e na Croácia. Juntos, estes países europeus formaram os membros do Eixo, o qual também incluía o Japão, na Ásia. Em 1942, como resultado de anexações, invasões, ocupações e alianças, a Alemanha nazista controlava a maior parte da Europa continental e partes do norte de África. O controle nazista criou políticas antissemitas duras e, por fim, gerou assassinatos em massa de civis judeus por toda a Europa. Os nazistas, seus aliados e colaboradores assassinaram 6 milhões de judeus.


HITLER - BIOGRAFIA_ Parte 2

 


Hitler como líder do nazismo

Mesmo antes de ser preso, Hitler havia se convencido da ideia de seu papel como líder do nazismo, e até por isso conduziu o golpe na Baviera. Depois que ele saiu da prisão, assumiu a liderança do nazismo e tomou a frente dos movimentos nacionalistas de extrema-direita na Alemanha. Ian Kershaw fala que o primeiro discurso de Hitler, após sair da cadeia, contou com a presença de três mil pessoas, e só não teve mais público porque mais duas mil foram proibidas de entrar, pois o local estava abarrotado. Esse acontecimento teve importância simbólica, pois comprovou o papel destacado de Hitler entre os movimentos da extrema-direita. A partir daí, Hitler procurou ampliar a popularidade do nazismo na Alemanha. Para isso começou a desenvolver ações para divulgar as ideias nazistas entre diversos grupos da sociedade, tais como médicos, juristas, professores, mulheres, estudantes e, claro, trabalhadores empobrecidos. Hitler conseguia então amplificar o alcance de seu discurso nacionalista, antissemita e radical. Nesse período de crescimento do partido, alguns nomes começaram a despontar como lideranças no interior do nazismo, tais como Rudolf Hess, Hermann Göring e Joseph Goebbels. O nazismo também começou a tornar-se popular entre classes como a de camponeses. O crescimento do partido fez com que a saudação “Heil Hitler” (“Salve Hitler”, em português) fosse popularizada. O crescimento do nazismo sob a liderança de Hitler ficou patente pelos resultados eleitorais. Em 1928, os nazistas conquistaram 12 assentos no Reichstag (o Parlamento alemão); em 1930, o número de assentos saltou para 107; e, em 1932, os nazistas conquistaram 230 assentos. Assim, o Partido Nazista tornou-se o maior da Alemanha. Em 1932, Hitler conseguiu sua nacionalidade alemã, e isso lhe permitiu concorrer à eleição presidencial nesse país. Nessa eleição, Hitler concorreu contra o presidente em exercício, Paul von Hindenburg. No primeiro turno, Hitler recebeu 30% dos votos, e no segundo, 37%. Hitler perdeu, mas sua expressiva votação deixava claro a forte posição do partido e difundiu mais ainda a propaganda nazista pela Alemanha. A derrota reverteu-se em vitória para os nazistas, uma vez que uma forte pressão popular sobre Hindenburg fê-lo nomear Adolf Hitler como chanceler da Alemanha.

Hitler no poder


A ascensão de Hitler marcou o início da jornada alemã rumo ao totalitarismo. Nomeado como chanceler, Hitler atuou abertamente para consolidar-se como figura absoluta na política alemã e agiu para acabar com o regime democrático que marcava a República de Weimar. A perseguição contra os opositores do nazismo iniciou-se de imediato. Algumas de suas primeiras ações foram acabar com a Constituição de Weimar e impor a perseguição a social-democratas e comunistas. Para isso, Hitler contou com a sorte. Em fevereiro de 1933, os nazistas tiveram a desculpa perfeita para iniciar sua guinada autoritária: o incêndio do Reichstag. Na noite de 27 de fevereiro de 1933, um anarcossindicalista holandês, chamado Marinus van der Lubbe, invadiu o Reichstag e incendiou o prédio. As autoridades policiais alemãs e os nazistas sabiam que o holandês tinha agido por conta própria, mas acabaram aproveitando-se da situação e   passaram a propagandear que a ação fazia parte de um grande complô comunista. Isso acabou sendo utilizado de justificativa para os nazistas radicalizarem. No dia seguinte, foi aprovado o Documento para a Proteção do Povo e do Estado, um decreto que acabou com todas as liberdades individuais garantidas pela Constituição de Weimar e que garantiu direito ao governo de intervir nas federações da Alemanha (estados) para “restaurar a ordem”. Ainda em 1933, Hitler deu início à perseguição contra os social-democratas e comunistas, aprisionando-os e enviando-os para o campo de concentração de Dachau, o primeiro campo de concentração nazista. Além disso, ele dissolveu o Parlamento naquele ano e proibiu outros partidos políticos de atuarem — só o Partido Nazista tinha autorização para funcionar. Na economia, Hitler tinha como grande missão recuperar a economia do país. A sua política, nesse sentido, teve altos e baixos e atuou por meio da tomada de bens de muitos judeus, do incentivo à produção de papel-moeda e da promoção de obras públicas como forma de combater o altíssimo nível de desemprego no país. Hitler atuou contra a Liga das Nações retirando a Alemanha dessa organização e passou a questionar os princípios do Tratado de Versalhes. Entre as ações estão a reconstrução do exército alemão, a formação de marinha e aviação de guerra, a remilitarização da Renânia (região fronteiriça com a França) e o fim do pagamento das indenizações estipuladas no tratado. Os poderes de Hitler ampliaram-se consideravelmente em 1934, quando o presidente da Alemanha, Hindenburg, faleceu aos 86 anos. A morte do presidente fez Hitler mobilizar os ministros alemães a aprovarem a Lei sobre o Chefe de Estado do Reich Alemão. Com isso, Hitler absorveu os poderes presidenciais e passou a ser chefe de governo e de Estado, possuindo poderes ilimitados.

 Perseguição aos judeus

Uma vez estabelecido no poder, Hitler fez com que seu discurso contra os judeus fosse praticado. Após anos de retórica permeada de ódio contra esse grupo, não foi difícil para que ele o perseguisse. Entre 1933 e 1939, uma série de medidas foi realizada para excluir progressivamente esse grupo da sociedade alemã. Os judeus foram inicialmente excluídos do serviço público alemão, e a violência contra eles começou a aumentar com milícias (sobretudo as tropas de assalto) atacando famílias judias e com parte da sociedade boicotando negócios geridos por judeus. Em 1935, Hitler autorizou a consolidação de leis que impunham juridicamente a segregação dos judeus na Alemanha. Conhecidas como Leis de Nuremberg, essas foram um conjunto de ordenamentos jurídicos que tratavam da miscigenação e da cidadania alemã, por exemplo. Casamentos entre judeus e não judeus foram proibidos na Alemanha, assim como aqueles ficaram proibidos de terem relações sexuais com não judeus. Os nazistas também estipularam conceitos que definiam a cidadania alemã. Assim, decidiu-se quem tinha e quem não tinha direito a receber a cidadania. Os judeus, naturalmente, foram excluídos. A exclusão jurídica fomentava a violência física, e, em 1938, a situação tomou uma nova dimensão. Em 1938, em represália ao assassinato de um alemão por um judeu em Paris, Hitler autorizou a realização de um pogrom (ataque físico) contra os judeus na Alemanha. Na virada de 9 para 10 de novembro de 1938, nazistas de toda a Alemanha foram mobilizados para atacar judeus. As casas destes foram invadidas, pessoas foram espancadas, lojas e sinagogas foram incendiadas. Esse acontecimento ficou conhecido como Noite dos Cristais. Especula-se que nesse ataque milhares de pessoas tenham morrido, embora o número oficial de mortos seja de 91 pessoas, e milhares de lojas e sinagogas foram destruídas em todo o país. Outro acontecimento importante é que, durante esse pogrom, cerca de 30 mil judeus em toda a Alemanha foram presos e enviados para os campos de concentração de Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen.

SLIDES_IMPERIALISMO - ASPECTOS TEÓRICOS